Evolução histórica

Programa de Melhoramento Genético

da Cana-de-Açúcar / UFG (PMGCA-UFG)

 

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O PMGCA-UFG/RIDESA foi criado oficialmente em 27/10/2003 – data da primeira assinatura de convênio celebrado entre a Reitoria da UFG (Profa. Dra. Milca Severino Pereira) e as de outras sete universidades que já compunham a RIDESA desde a sua criação (UFRPE, UFAL, UFS, UFRRJ, UFV, UFSCar e UFPR) – Convênio Nº 139/2003 – Proc. UFV 012381/2002. Os primeiros convênios do PMGCA-UFG firmados com usinas e destilarias do Estado de Goiás ocorreram logo depois, já em novembro de 2003; embora as atividades formais do Programa nas empresas apenas tenham sido implementadas a partir de 2004. Ainda assim, é importante registrar que desde 2001 docentes da EA-UFG já participavam informalmente dessas atividades junto à equipe do PMGCA-UFSCar (programa que respondia tecnicamente pela região), e, a  partir de 2002, de forma mais ativa, quando passou a sediar e coordenar periodicamente reuniões técnicas do setor sucroenergético regional. Foi então que a equipe da UFG elaborou a proposta inicial de trabalho para se integrar definitiva e formalmente à RIDESA. Assim, em reunião técnica realizada no dia 15/02/2002 e sob coordenação do grupo da UFSCar, a proposta foi oficialmente apresentada pela equipe da UFG aos representantes de usinas e destilarias da região (vide proposta e carta-convite para a reunião).

À época, as etapas iniciais do processo de melhoramento genético (obtenção, avaliação e seleção de genótipos nas fases de plântulas ou seedlings e T1 - fase de primeira clonagem ou transplantio) eram todas conduzidas nas estações da UFSCar, em São Paulo; ou seja, fora de Goiás. Logo, nas fases seguintes do processo (ex. T2, T3 e ensaios finais), a variabilidade genética explorada para a seleção de clones localmente adaptados à região já se encontrava relativamente reduzida. A demanda por solução deste problema era recorrente em reuniões técnicas do setor, sempre que se discutia recomendação de variedades para a região Centro-Oeste do país. Por isso, a busca de melhoria na eficiência da seleção de clones especificamente adaptados constituiu-se em uma das metas centrais que veio justificar a criação do Programa na UFG. Mais especificamente, buscava-se já nas fases preliminares do processo contemplar condições ambientais estressantes próprias da região, como, por exemplo, elevado déficit hídrico às plantas (associado a estiagens prolongadas e solos com baixa retenção de água) e baixa fertilidade natural dos solos, normalmente associada com toxidez de alumínio em subsuperfície. Ambos os aspectos com efeitos diretos na redução do volume e aprofundamento de raízes, e consequente aumento da vulnerabilidade das plantas a outros estresses bióticos (ex. pragas, doenças e plantas invasoras) e abióticos típicos da região, com impacto negativo sobre a produtividade final da cultura.

A partir de 2004, a UFSCar cedeu à UFG os convênios que mantinha com empresas do setor no Estado de Goiás; especificamente com as usinas/destilarias Denusa, Goiasa, Jalles Machado, Santa Helena e Vale do Verdão (vide carta de cessão dos convênios). Desde então, sobretudo a partir de 2005, todo o processo de melhoramento passou a ser conduzido em Goiás; excetuando-se, naturalmente (em razão das exigências da cana-de-açúcar para pleno florescimento), a realização de cruzamentos e obtenção das respectivas sementes nas Estações de Floração e Cruzamento da RIDESA – Serra do Ouro (Murici, AL) e Devaneio (Amaraji, PE). Então, para cada série de cruzamentos realizada anualmente, começando-se pela Série 03 (cruzamentos realizados em 2003), passou-se a conduzir em Goiás, desde a semeadura e germinação de sementes em casa-de-vegetação, a avaliação e seleção nas fases de seedlings T1, T2 e T3 e nos ensaios de série, até aqueles para estabelecimento das curvas de maturação e multiplicação dos clones promissores e com potencial de recomendação como cultivar. O primeiro ensaio de série conduzido exclusivamente pela equipe da UFG foi o da Série 96.

O primeiro Coordenador do PMGCA-UFG foi o professor Edward Madureira Brasil (2004-2006), assessorado à época por seus colegas na EA-UFG, os professores João Batista Duarte, Márcio Caliari e Paulo Marçal Fernandes, e também pelo então bolsista CNPq-DCR/EA-UFG Américo José dos Santos Reis (nota: na condição de Reitor da UFG, mais tarde o professor Edward também exerceu dois mandatos como Presidente da RIDESA, 2011-2013 e 2018-2021). Essa gestão inicial do Programa contou com colaboração decisiva da equipe de profissionais da UFSCar, que conduzia as atividades de melhoramento da cana-de-açúcar em Goiás; em especial, os professores Hermann Paulo Hoffmann, Marcos Antonio Sanches Vieira e Yodiro Masuda, e os técnicos Luiz Plínio Zavaglia, José Ciofi e Lungas Lopes Menezes. Eles tiveram papel fundamental na transição segura dessas atividades para a equipe da UFG. Também deve-se registrar a disponibilidade e colaboração estendida por pesquisadores de outras universidades vinculadas à RIDESA, entre eles o professor Márcio Henrique Pereira Barbosa e seu colega de equipe Luís Cláudio Inácio da Silveira, ambos da UFV; bem como o professor Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, da UFAL, pelo pronto atendimento às demandas iniciais por sementes junto à Estação de Floração e Cruzamento Serra do Ouro. Nesse esforço colaborativo para a integração definitiva do PMGCA-UFG à rede, em 2005, na reunião anual da RIDESA em Curitiba-PR, os participantes elegeram Goiânia-GO como a sede da reunião nacional do ano seguinte; a qual foi realizada na Escola de Agronomia/UFG, em julho de 2006.

Naquela primeira gestão, o grupo das empresas do setor sucroenergético regional que se conveniou inicialmente ao PMGCA-UFG/RIDESA foi constituído por dez usinas e destilarias (listando-se a seguir, primeiramente, aquelas que firmaram os cinco convênios iniciais cedidos pela UFSCar): Denusa – Destilaria Nova União S/A; Goiasa – Goiatuba Álcool Ltda.; Jalles Machado S/A; Santa Helena Açúcar e Álcool S/A; Vale do Verdão S/A Açúcar e Álcool; Anicuns S/A Álcool e Derivados; Cooper-Rubi – Cooperativa Agroindustrial de Rubiataba Ltda.; CRV Indústria de Álcool Ltda.; Decal – Destilaria Catanduva Ltda.; e Usina Rio Negro S/A.

Nos anos seguintes, por período aproximado de dez anos, a Coordenação do PMGCA-UFG foi conduzida pelo professor Américo José dos Santos Reis (docente na UFG entre 2005 e 2018), que teve papel de grande relevância na estruturação de todas as etapas do processo de melhoramento da cana-de-açúcar na região. Foi nesse período que o Programa alcançou a sua relativa independência técnica e financeira, tendo-se em vista a consolidação de convênios com cerca de vinte empresas do setor, expandindo-se além do Estado de Goiás, também para Tocantins (BP Bunge - Pedro Afonso Bioenergia Ltda.). Em 2018, o professor Edward Madureira voltou à Coordenação do PMGCA-UFG, inicialmente junto com o professor Alexandre Siqueira Guedes Coelho, e, desde 2019, com a coparticipação central e decisiva da professora Bruna Mendes de Oliveira, também docente da EA-UFG. Na gestão destes professores resolveu-se, pela primeira vez, contratar um profissional com doutorado em genética e melhoramento de plantas para apoiar a equipe técnica do Programa nas correspondentes atividades de pesquisa. Entre 2018 e 2021 esta função foi exercida pelo Dr. Odilon Peixoto de Morais Júnior, que também desempenhou papel muito relevante na reestruturação do modelo de condução das etapas do processo de melhoramento. Atualmente, essa competência técnica tem sido exercida pelo também geneticista e melhorista de plantas Dr. Márcio Lisboa Guedes. Por último, quanto à administração financeira dos recursos captados junto ao setor privado, desde a criação do Programa no final de 2003, esta gestão tem sido realizada com a interveniência da Fundação de Apoio à Pesquisa UFG (FUNAPE).